terça-feira, 9 de agosto de 2011

Provas 'robustas' levaram a prisões no Turismo, diz PF

O diretor-executivo da Polícia Federal (PF), Paulo de Tarso Teixeira, afirmou nesta terça-feira que "para que a polícia decrete prisão preventiva, a prova tem que ser robusta". Operação deflagrada nesta terça como parte de investigação de desvio de recursos no Ministério do Turismo tem como objetivo prender 38 pessoas, cumprindo 19 mandados de prisão temporária e outros 19 de prisão preventiva. Os que forem presos preventivamente devem ser encaminhados para Macapá (AP).

Estão nesse último grupo o secretário-executivo do Ministério do Turismo, Frederico Silva da Costa, o secretário nacional de Programas de Desenvolvimento do Turismo, Colbert Martins da Silva Filho, e o ex-presidente da Embratur Mário Moyses. Segundo a PF, Colbert é o único ex-parlamentar entre os que foram presos.

Também foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão. Em um deles, foram encontrados R$ 610 mil em espécie na casa do diretor-executivo do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Infraestrutura Sustentável (Ibrasi). A instituição estaria envolvida no esquema de desvio de recursos em programas de capacitação profissional.

Cerca de R$ 3 milhões - de um convênio de R$ 4,4 milhões entre o Ministério do Turismo e o Ibrasi - teriam sido desviados, segundo estimativa da PF. As investigações tiveram início em abril deste ano, a partir de levantamento feito pelo Tribunal de Contas da União apontando possível irregularidade no convênio. A proposta era capacitar 1,9 mil pessoas no Estado do Amapá. Os recursos teriam sido repassados por meio de emenda ao Orçamento da União. Segundo a PF, não há indícios de envolvimentos de parlamentares que liberaram as emendas.

A PF afirma que o esquema envolvia empresários e servidores públicos. O dinheiro era repassado pelo Ministério do Turismo ao Ibrasi, que fraudaria a licitação, apresentando várias empresas que aparentemente estariam na concorrência, mas que, na verdade, eram de fachada e integravam o grupo criminoso. "A partir desse repasse, os treinamentos sequer eram executados", disse o diretor-executivo da PF.

Questionado sobre como o dinheiro chegava às mãos dos principais envolvidos, Teixeira respondeu: "Essa situação, com as buscas, com as oitivas, a gente vai delinear. O que a gente sabe é que o dinheiro chegou às mãos deles através desse esquema."

Teixeira disse que as investigações devem ser concluídas, no máximo, em 30 dias. Nesse período, o delegado responsável poderá ouvir quem achar necessário em busca de informações.

Por Cáudia Andrade.

Fonte: www.terra.com.br

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