quinta-feira, 30 de junho de 2011

A BRISA E O RAMO

Pelo arvoredo foge a aragem,

Em rumorejo, docemente;

Ninguém a vê; e a árvore a sente

No movimento da folhagem.

E quando pela verde frança

Não mais o zéfiro desliza,

A árvore lembra aquela brisa

E, por si mesma, se balança...

Era minha árvore florida

Quando, invisível e medrosa,

Vieste passar, misteriosa,

Pelo jardim da minha vida.

Deves ir longe, em liberdade...

Entanto, murmura, intranqüila,

A árvore, triste, oscila...oscila...

Neste balanço de saudade!

Humberto de Campos.