terça-feira, 16 de novembro de 2010

Um feriado perdido para os bugueiros de Natal.

O Parque Ecológico de Jenipabu, propriedade privada que dá acesso às dunas, um dos mais bonitos cartões postais do Rio Grande do Norte e atrativo procurado por turistas do Brasil e mundo para passeios de bugue -, foi interditado na tarde de sexta-feira, às vésperas de um feriado. O prejuízo calculado pelas empresas que realizam esses passeios gira em torno de 70%, com relação aos fins de semana em que o movimento aumenta na praia. A interdição, feita pelo Ibama, foi motivada pela falta de licença ambiental da propriedade e segundo o superintendente regional do órgão, Alvamar Costa, permanecerá fechada até que seja feito um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC).
Enquanto o Ibama alega que proprietários do terreno são negligentes, bugueiros amargam prejuízos sem passeios. O fechamento do Parque Ecológico de Jenipabu pegou os bugueiros e demais profissionais do turismo de surpresa. De acordo com Aldemir Inácio de Oliveira, que é membro da diretoria da Associação dos Proprietários de Bugue do RN (APCBA), centenas de turistas chegaram na praia para fazer o passeio de voltaram para os hotéis frustrados. "Sábado tinha cinco ônibus parados aqui com turistas. Todos voltaram reclamando, pois o passeio é a mola mestre do turismo. Tivemos um prejuízo de aproximadamente 70%. E não só os bugueiros, mas todos que se abasteceram para o feriado, como os donos de bares, as donas de lojas de roupas, entre outros", declarou. Sem os passeios nas dunas, os 74 bugueiros associados à APCBA tiveram que se contentar em levar os turistas apenas para as dunas fixas e passeios pelo litoral. "Nossas praias são belíssimas, mas o turista procura Jenipabu para andar nas dunas, com emoção", disse Aldemir. Cada passeio nas dunas móveis custa R$ 180 e um bugueiro realiza uma média de três por dia. "Imagine a situação desses trabalhadores num feriado desses, que atrai para Jenipabu centenas de pessoas. Essa briga tem que terminar, porque nós somos os mais prejudicados", concluiu Aldemir.
Segundo Francisco Gracioso da Silva, bugueiro há 20 anos, se essa situação não se resolver, a categoria deve fazer um protesto. "Vamos parar as atividades. Isso é uma briga antiga entre Ibama e Idema e nós é quem pagamos por isso. Temos família para sustentar. Um feriado como esse dava para conseguir um bom dinheiro. Mas como vamos pagar as contas amanhã? Há 20 anos trabalho com isso e só agora vejo esse tipo de coisa acontecer", declarou.
Paizito.

Fonte: Diário do Turismo

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